Déficit primário do Governo Central bate recorde para meses
de julho
- 30/08/2016
16h24
- Brasília
Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
A queda da arrecadação e a quitação
de passivos com bancos públicos fizeram o Governo Central (Tesouro Nacional,
Previdência Social e Banco Central) registrar em julho o maior déficit primário
da história para o mês. No mês passado, o resultado negativo somou R$ 18,552
bilhões, valor 2,5 vezes maior que o déficit de R$ 7,144 bilhões registrado em
julho do ano passado.
O déficit primário representa o
resultado negativo nas contas públicas, desconsiderando o pagamento de juros.
No acumulado de 2016, o déficit soma R$ 51,073 bilhões, também o pior resultado
da história para os sete primeiros meses do ano.
O resultado negativo foi
impulsionado pelo pagamento de R$ 9,2 bilhões relativos ao pagamento de
subsídios, de subvenções e do Proagro. Desde a publicação dos acórdãos do
governo com o Tribunal de Contas da União, no fim do ano passado, o governo
quita os passivos com bancos públicos e com o Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço duas vezes por ano, em janeiro e julho. A ajuda de R$ 2,9 bilhões ao
estado do Rio de Janeiro, também paga em julho, aumentou o déficit.
Previdência
Saiba Mais
- Déficit
nas contas externas em julho atinge menor nível em sete anos
- Contas
públicas têm déficit recorde em junho e no primeiro semestre
O déficit poderia ter sido ainda
maior não fosse a entrada de R$ 1,2 bilhão referente à renovação da concessão
de usinas hidrelétricas. Essa foi a última parcela dos R$ 17,4 bilhões
arrecadados pelo governo com o leilão das usinas, ocorrido em novembro do ano
passado. O Tesouro havia recebido R$ 11 bilhões em janeiro e R$ 5,2 bilhões em
junho.
A queda das receitas, decorrente da
crise econômica, é o principal motivo para o déficit primário recorde em 2016.
De janeiro a julho, as receitas líquidas do Governo Central caíram 5,4%,
descontada a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA). No mesmo período, as despesas totais ficaram estabilizadas,
crescendo apenas 0,8% acima da inflação.
Entre as despesas, as que mais
cresceram foram os gastos com a Previdência Social, que subiram 5,7% acima do
IPCA de janeiro a julho em relação ao mesmo período de 2015. As demais despesas
obrigatórias subiram 3,8%, também descontando a inflação.
Greve
Esses crescimentos foram
compensados pela queda real (descontando o IPCA) de 3,1% nos gastos com o
funcionalismo público e o recuo de 5,7% nas despesas discricionárias (não
obrigatórias) em todos os Poderes.
Por causa da greve dos servidores
do Tesouro Nacional, o órgão não divulgou o valor dos investimentos – como
obras e compra de equipamentos – em julho. Inicialmente, os funcionários
promoveram um apitaço na entrada do Ministério da Fazenda. Em seguida, eles
dirigiram-se ao hall de entrada do sexto andar do prédio, onde
a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, explica os resultados do Governo
Central em julho.
Edição: Armando Cardoso
Nenhum comentário:
Postar um comentário