Ciberataque
já está "controlado", segundo empresa russa Kaspersky
- 13/05/2017 16h23
- Moscou, Londres e Paris
Da
Agência EFE
O
ciberataque que afetou desde sexta-feira mais de 100 países já foi controlado,
assegurou neste sábado (13) à Agência EFE Vicente Díaz, analista da
empresa russa de segurança cibernética Kaspersky.
"Está controlado. O código
malicioso que foi utilizado para o ciberataque já foi neutralizado. Na
sexta-feira, ele pegou de surpresa muita gente. Mas assim que as empresas
entenderam o que estava acontecendo, todo o mundo correu para encontrar uma
solução", apontou Díaz.
Ciberataque
atingiu sistemas de mais de 100 países David Chang/EFE/EPA
O especialista acredita que o fato de o ciberataque
"quase planetário" ter sido "capa" em todos os meios de
informação, fez com que a comunidade internacional levasse muito a sério o
ataque e suas consequências.
"Foi revelador para muita gente. Em sete ou
oito anos não havia ocorrido outro igual", apontou.
Mas Díaz adverte que se as empresas não corrigiram
a "vulnerabilidade subjacente" utilizada pelo código malicioso, o
ciberataque pode se repetir em qualquer momento.
O especialista se disse "surpreso pela
virulência, o sucesso desmesurado, a magnitude mundial e a capacidade
destrutiva do código utilizado".
Em sua opinião, os autores do ataque buscavam
dinheiro, mas "foi em vão", e acredita que em nenhum momento
esperavam que "tivesse tal virulência", já que com 5% do ocorrido
ontem, já teria sido "um sucesso".
"Mas não acredito que fosse um ataque dirigido,
sim massivo. Se o objetivo fosse causar caos, então haveria uma mensagem e não
um resgate", apontou.
O especialista em segurança informática acredita
que o "efeito de pânico" fez que muitos contribuíssem ao sucesso do
ataque e a "incapacitar o sistema" ao optar por desconectar os
computadores e mandar os trabalhadores para suas casas.
Sem precedentes
Saiba Mais
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O Serviço Europeu de Polícia (Europol) qualificou
de "sem precedentes" o ataque e oferecerá apoio a uma investigação
internacional.
"O recente ataque tem um nível sem precedentes
e requer uma investigação internacional complexa para identificar os
culpados", afirmou a Europol neste sábado em um comunicado, no qual
anunciou que participará das investigações através do Centro Europeu de
Cibercrime (EC3).
A Europol acrescentou que está "trabalhando em
estreita colaboração com as unidades de investigação de crimes cibernéticos dos
países afetados e os principais parceiros da indústria para mitigar a ameaça e
ajudar as vítimas".
O Serviço Europeu de Polícia lembrou que a equipe
do EC3 está composta por "investigadores cibernéticos internacionais
especializados" e foi "especialmente desenhada para ajudar nessas
investigações".
O ataque se propagou através do vírus WanaCrypt0r,
um tipo de 'ransomware' que limita ou impede aos usuários o acesso ao
computador e seus arquivos e solicita um resgate para eles possam ser acessados
de novo.
O resgate é geralmente pago em uma moeda digital,
frequentemente o 'bitcoin', o que dificulta seguir o rastro do pagamento e
identificar os 'hackers'.
Efeitos
No Brasil, o ataque cibernético atingiu entidades e
órgãos de governo em várias cidades. No Rio de Janeiro, o atendimento nas agências do
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi suspenso ontem (12).
A Justiça da França abriu uma investigação pelos
ciberataques a sistemas de computadores no país, e que afetaram em particular a
Renault, que decidiu suspender as atividades em algumas unidades de montagem de
veículos. Fontes da Justiça francesa disseram neste sábado à Agência
EFE que a Procuradoria de Paris formalizou ontem o início dessa
investigação por crimes de invasão em sistemas de tratamento automatizado de
dados, impor obstáculos ao seu funcionamento, extorsão e tentativa de extorsão.
A maior parte dos centros do sistema de saúde da
Inglaterra afetados na sexta-feira recuperou a normalidade, afirmou neste
sábado a ministra britânica de Interior, Amber Rudd.
Após presidir em Londres um comitê de emergências
para avaliar os efeitos do incidente, Rudd indicou que 48 das 248 localidades
do Serviço Nacional de Saúde (NHS England), desde onde são coordenados
hospitais e outros serviços médicos como ambulâncias, foram afetadas pelo
ataque.
Todos esses centros operativos, salvo seis,
recuperaram a atividade habitual 24 horas depois que alguns de seus
computadores ficaram bloqueados, segundo a titular de Interior.
Tanto Rudd como a primeira-ministra britânica, a
conservadora Theresa May, disseram que o incidente não comprometeu a
privacidade dos dados médicos que são armazenados pelo sistema público de saúde
em seus computadores.
Edição: Carolina
Pimentel
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